sexta-feira, 22 de maio de 2009

A procura - parte 1

Primeiro antes de procurar algo você tem que saber o que. Eu não sabia. Fevereiro iniciava, minhas férias e minha tarefa de procurar um apartamento em Florianópolis. Onde procurar? O que procurar? Vou dividir com alguém? Bem, fazia um tempo que eu vasculhava os sites das imobiliárias que eu conhecia da cidade. Uma colega de quarto eu também já tinha, a Lais. Só que eu não sabia que procurar apartamento para duas pessoas era muito complicado. Ainda mais com o preço que eu e ela estavamos dispostas a pagar. Não encontrei nada que realmente fosse bom. Fiquei uma semana em Florianópolis, andando para lá e para cá, me perdendo, me achando e realmente ficando irritada. A Lais não pode ajudar nessa tarefa porque ela estava no exterior, voltava apenas em março. Minha mãe não saberia me ajudar, ela seria mais uma perdida na capital. Não era a independência que eu estava procurando? Farei isso sozinha.

Fiquei os sete dias na casa da minha prima Fabiana. Ela também foi mais uma da família que decidiu vir morar aqui. Me deu aquela força, aquela caminha confortável, conversas, papos e jantinhas legais. Como é bom contar com pessoas legais né? Morar sozinha tem muito disso. Você aprende a ser solidário, afinal de contas isso é uma aventura.

Mas a mordomia só ficava ali, no apartamento da Fabi (que inclusive lê este blog). E no final de semana quando eu aproveitei para pegar uma praia, afinal de contas era fevereiro e eu estava na ilha da magia. Durante a semana a busca continuava. Uma semana inteirinha perdida. A situação poderia piorar? Sim, e piorou. Depois de correr, passar alguns dias gastando tempo e gasolina, a mãe da minha futura parceira de apartamento ligou e disse que eles haviam mudado de idéia. Que só procurariam algo para a filha quando sua volta dos Estados Unidos estivesse mais próxima. O que eu respondi? Tudo bem. Sentimentos variados surgiram em mim naquele momento. Raiva, tristeza, vontade de sair correndo e desespero. O que faço agora? Vou procurar kitnets e apartamentos para uma pessoa apenas. Minha mãe adorou a idéia, ela é meio anti-social às vezes. Sem falar que dividir a filha com outras pessoas assim é meio estranho para ela. Ciúme básico acho. Vou morar sozinha mesmo e quem sabe na praia, como eu havia planejado. Quando pensei em morar em Florianópolis minha primeira opção era morar no Campeche. Uma praia bem estruturada que fica mais ao sul da ilha. Só que a necessidade de parceria me fez mudar de idéia.

Encontrei vários cantinhos bons, mas nenhum eu poderia pagar. Então surgiu uma kitnet semi-mobiliada bem pertinho da universidade federal. Era na verdade um corredor de kitnets que fica no térreo de um prédio. Você entra na garagem frontal do prédio e lá estão várias kitnets distribuidas. Eram cinco e uma poderia ser a minha. Fui visitá-la, reparei os móveis e acabei não gostando muito do que vi. Também achei ela fechada demais. "Cadê a janela?" Só havia uma e bem pequena. Seria muito abafado morar ali. Só que era tudo o que eu tinha até o momento.

- "E o carro? Onde posso deixar?" perguntei ao funcionários da construtora que tentanva me convencer a alugar o imóvel.
-"Não tem garagem. Você pode alugar uma do prédio ou deixar ali na frente. O prédio da frente tem câmera de segurança."

Que resposta sacana heim? O que uma câmera de segurança pode fazer se alguém tentar roubar meu carro? Dar uma voadeira das boas? Não. Mas era só isso que eu tinha. E realmente eu estava ficando muito cansada dessa história toda. Fui até a construtora, peguei a lista de documentos que eu teria que apresentar e fiz uma solicitação:

- "Vocês tirando a cama que não gostei e conseguindo um lugar para eu deixar o carro alugo a kitnet".

Voltei para Criciúma, conversei com meus pais e fiquei no aguardo da resposta que nunca apareceu. Ainda bem que a história tomou outro rumo. E para melhor.

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