terça-feira, 5 de maio de 2009

Saindo...

Há seis meses atrás decidi que algo deveria ser mudado na minha vida. Era hora de correr atrás dos sonhos deixados de lado por causa da correria e por oportunidades surgidas. Fiz uma escolha, fiz coisas para torná-la realidade e também fiz faculdade de jornalismo. Era hora de fazer mais alguma coisa. Ficar lembrando esse sonho de criança nascido no sofá da sala enquanto assistia os jornais na TV e via aquelas apresentadores com modelitos lindos, não adiantava nada. Os modelitos chiques hoje não combinam muito comigo, sou básica e hippie demais, mas o jornalismo ainda combina. Ainda é meu sonho e minha meta. Final das aulas do meu último semestre de jornalismo com direito a apresentação de projeto de rádio e da monografia. Era junho e a aprovação em todas as matérias restantes aconteceu. Não fiz festa de formatura dessa vez. É algo legal, claro que é, mas eu já havia feito uma há três anos atrás quando me formei em Publicidade e Propaganda. Meu pai, minha mãe, minha irmã, meu cunhado, meus familiares e amigos já tinham sentido o gostinho da comemoração. Dançar valsa novamente não era algo que eu realmente queria fazer. Sem falar que a festa de formatura é cara, gastar quase três mil não estava no planejado, ainda mais quando meu pai não queria ajudar em nada.



Deixei de lado o ritual clássico decidindo fazer apenas a colação de grau. Por coinscidência era dia do aniversário do meu pai, 19 de setembro. Foi em 2008, era um dia de clima ameno, um dia bom para uma comemoração em dose dupla. Fiquei feliz por dar esse presente de aniversário para o meu pai Vilson. Claro que o presente também era para minha mãe Nilza e principalmente para mim. Meu pai colocou uma de suas combinações para eventos sociais e minha mãe o conjuntinho cinza brilhante usado em todos esses momentos onde uma roupa diferenciada é solicitada. Constatei isso esses dias acessando meu orkut. A maioria das fotos que ela aparece esta vestida com esse terninho. A colação foi no auditório da Universidade do Sul de Santa Catarina, Unisul. Lugar onde são feitas palestras, apresentações e aulas mais elaboradas. Uma sala branca, com o chão forrado por um carpet azul marinho, duas grandes fileiras de cadeiras azuis com a logomarca da universidade bordada no encosto, um palco, mesa para acomodar os convidados para as palestras, bandeiras do estado, do país e da instituição completavam o ambiente. Também havia um data show, mas a ocasião não necessitava dele. Estavamos lá depois de quase uma hora de BR-101. A Unisul fica em Tubarão, distante quase 70km de Criciúma, cidade onde nasci e vivi os primeiros 26 anos de vida. A Darlete, coordenadora do curso, foi quem conduziu a cerimônia que durou menos de 15 minutos. Juramento, leitura de alguma coisa, assinatura de uns papéis e pronto: uma jornalista com diploma. Quer dizer, o diploma eles só me entregaram em janeiro. Meu sonho de criança estava realizado. Eu me tornei o que eu queria ser quando crescer. Esses foram os últimos momentos na universidade onde estudei sete anos da minha vida. Foram tantas histórias, segredos, paixonites, um amor, amizades verdadeiras, colegas conquistados, conhecimento adquirido, projetos, festas e o bar. Viva o bar da faculdade e a reunião com os amigos. Comer batata frita e tomar uma cervejinha no final da aula era muito bom. Ou no meio da aula também, tudo dependia do dia. Atualizar os papos, comentar sobre o que aprendemos, acertar detalhes de trabalhos e falar da vida de cada um. "Como foi o final de semana?" "E o namoro vai bem?" "Conseguiu aquele estágio?" "Tua família como está?" "Aquela festa foi legal?" "Aproveitou a liquidação?" "Vai dizer que ela fez isso?" Quantas conversas, quantos segredos e quantas mudanças. Ao entrar na faculdade muita coisa muda. Acaba a fase de colégio e começa a fase de entender o que o futuro pode te reservar.



Finalizei uma fase da minha vida e iniciei outra nesse dia. Completando os rituais da minha simples e tão importante formatura, voltei para Criciúma dirigindo o carro novo do meu pai. Ele sonhou tanto com esse carro que no início tinha até medo de dirigí-lo. Eu o ligava, eu o levei para o padre benzer (pais católicos e seus ritos sagrados) e eu que o dirigi pela primeira vez. Era um sonho realizado e ele nem acreditava naquilo. "Um carro zero, e meu?" Era mais ou menos isso que passava na sua cabeça. "Para um açogueiro ter as filhas formadas, um carro, uma casa... está muito bom. Quem diria que eu conseguiria isso?". Ele sismou não poder ser nada além do que era. Eita pensamento bobo irritante, mas fazer o que, esse é seu pensamento. Não posso mudá-lo. Chegando em Criciúma fomos até um restaurante escolhido por mim. Momento único, momento importante onde as pessoas que mais amo estavam presentes. Com a barriga cheia voltamos para casa.

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