quinta-feira, 14 de maio de 2009

A tatuagem

Minha busca por um emprego em Florianópolis continuava. A empolgação com a academia também. Todos os dias eu vestia minha roupa especial para exercícios e ia movimentar o corpinho. Três dias de musculação e dois de ginástica. O lado bom era o corpo ficando legal e os gatinhos da academia. Sempre tinha algum para olhar. Pela primeira vez na vida estava fazendo uma dieta, na verdade uma reeducação alimentar. Tudo isso para ficar com o corpinho sarado para o verão e para a nova tatuagem. O desenho não era um simples enfeite no meu corpo, era mais uma das coisas que eu deveria fazer antes de sair de casa. Uma forma de levar minha família para onde quer que eu fosse.

Enquanto outras entrevistas não surgiam fui pensando como seria o desenho. Decidi fazer quatro borboletas e uma frase. Borboletas com estilos diferentes representariam cada membro da família. A frase "Deixe Estar" é em homenagem a minha falecida vó Irene e também um lembrete para ter paciência na nova fase da vida. O lugar? Abaixo da axila do braço esquerdo. O lugarzinho ali é dolorido então pensei em fazer com anestesia. Fui até o tatuador, escolhi os desenhos, defini preço com anestesia e marquei a data. Estava tudo pronto, no dia seguinte o desenho estaria ali fixo na minha pele.

Era sábado, 11 horas era a sessão. E assim aconteceu. Combinei com minha irmã para ela estar presente sem falta, não queria fazer isso sozinha. Pomada anestésica aplicada, meia hora para ela fazer efeito, desenho "carimbado", irmã do meu lado é hora de começar. Ziiiiiii.... PQP a pomada não fez efeito nenhum! Sabia que isso iria acontecer. Solução? Começar a conversar com minha irmã. Conversei por uma hora e meia. O tatuador não suportava mais. Só parei de conversar quando quase desmaiei e depois de algumas broncas. Tenho um certo problema com sangue, agulhas e dor. Depois dos primeiros traços eu vi o mundo ficar amarelo, o enjoo bater, sentir calafrios e ficar mole. "Pode parar um pouquinho? Acho que vou desmaiar." Correria geral, copinho de água, cabeça entre as pernas... não desmaiei, mas fiz um show. Depois de cinco minutos tudo voltou ao normal e a dor continuou. Não desmaiei mais e a tatoo ficou linda.


A ordem das borboletas seguindo as estrelinhas ali: Eu, Nilza (mãe), Bruna e Vilson.

Fiquei com dor no corpo todo por ter ficado rígida na cadeira por tanto tempo. Também paguei mico andando com a roupa suja de sangue no centro da cidade, mesmo com o curativo água e sangue vazaram um pouco. Confesso que a frase é a parte que mais gosto na tatoo, minha vó era realmente especial. Pronto, tatuagem feita. Agora é continuar tentando...

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